domingo, 16 de fevereiro de 2014

O Ritual


Depois do que aconteceu com o espelho, ainda me dá calafrios quando lembro daquela coisa escura passando a janela tomando rumo ao céu e sendo apagada por um relâmpago. Mas, isso não foi tão assustador quanto o que me aconteceu dias depois ao ir visitar um amigo. Daniel é um velho amigo, costumamos debater sobre as questões sobrenaturais, alongamos horas e horas nesse assunto. Ele mora pouco distante de Capela, minha pacata cidade, e para visitá-lo eu preciso da ajuda de Atal, meu velho e amado fusca.

Era manhã de domingo por volta de 9 horas, o céu continha algumas nuvens que se alternavam a sobrepor o Sol, amenizando um pouco o calor. Em frente a minha casa, famílias passavam rumo a igreja, o velho hábito das missas de domingo, eu também costumo ir, mas como esse domingo resolvi visitar Daniel, apenas cumprimentava meus conhecidos que passavam.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

O Espelho


Algumas pessoas não acreditam em magia negra, espiritismo, exotismo, coisas assim. Mas algumas das minhas aventuras, até hoje, ainda não são entendidas. Incógnitas, interrogações que por mais que se tente, parece impossível conseguir a resposta. Ah! meu perdão, não me apresentei, meu nome é Adonias, sou um caçador de paranormalidade, adoro lidar com o sobrenatural, mas confesso que não sei dizer se é real ou não tudo isso. Bem, como estava dizendo, já me deparei com muita coisa estranha, mas hoje vou contar pra vocês sobre um espelho, é um espelho, a minha primeira aventura de muitas, vem comigo.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

A Casa dos Fundos

Eu não me achava gostosinha aos 16 anos. Mas cheguei a ficar convencida quando ele me lançou aquele olhar canibal. Eu passara o sábado todo de pijama, shortinho curto e tal – na varanda da minha casa, qual é? Não deveria ser um problema.

Fazia calor e fui pegar um pouco de sol enquanto tomava o café da tarde. Quase larguei o copo de suco e o pão no chão quando dei de cara com o sujeito parado ali na sacada, apoiado na grade frouxa que podia ceder a qualquer momento, fumando e me encarando como se estivéssemos prestes a ir para a cama juntos.

– Quem é você? – perguntei, embora o impulso inicial fosse berrar por meu pai.

O mané riu debochado. Vá lá, não era mané. Era um exagero de homem. Não pude evitar encará-lo de volta. Cabelos pretos jogados na testa, pele tostada, olhos cor de cerveja que não pareciam ser realmente daquele rosto. Jeans, camiseta justa, básico, no ponto. Jogou sua bituca no chão e apagou-a com o pé. E respondeu:

– Talvez a resposta às suas preces?