quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Sexo Casual

Como de costume, Sandro chegou ao seu local de trabalho no exato momento em que a noite terminava de asfixiar os últimos raios de sol – as luzes artificiais dos postes na rua em frente ao seu prédio substituíam a acolhedora claridade natural que ele tanto adorava.

Lá dentro, o ambiente estava cheio de pessoas silenciosas, cada uma no seu canto, sem a menor preocupação com a vida alheia. Sandro gostava de privacidade no trabalho, por isso considerava uma verdadeira dádiva poder passar a maior parte do seu expediente noturno em uma sala reservada que ficava bem longe da área comum, em que a maioria das pessoas ficava.

O grande salão central nunca ficava vazio, mas mesmo assim Sandro sentia calafrios toda vez que passava por ele, ele não sabia explicar, mas tinha algo a ver com o formato arquitetônico daquela ala do prédio. Tinha um teto muito alto, ou melhor, absurdamente alto. Isso lhe causava uma sensação esquisita de encolhimento, sentia-se pequeno, desprotegido e a mercê daquele prédio.