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O instinto dirigiu sua ação. Kaufman afundou-se mais sob o banco, o corpo transformado numa bola minúscula, o rosto pálido virado para a parede. Depois cobriu a cabeça com as mãos e fechou os olhos com força, como um garoto com medo do bicho-papão. A porta deslizou, abrindo-se. Clique. Suash. Uma lufada de ar veio dos trilhos. Um cheiro diferente de todos que Kaufman já havia sentido, e mais frio. O ar em suas narinas era algo primitivo, hostil e indescritível. Kaufman estremeceu.
A porta se fechou. Clique.
O Açougueiro estava perto, Kaufman sabia. Devia estar em pé, a poucos centímetros dele. Estaria olhando para as costas de Kaufman? Inclinando-se, a faca na mão, para tirar Kaufman do esconderijo, como um caramujo arrancado da concha? Nada aconteceu. Não sentiu qualquer bafo no pescoço. Sua espinha não foi aberta de alto a baixo. Apenas o som de passos perto da cabeça de Kaufman, depois o mesmo som afastando-se.